terça-feira, 1 de dezembro de 2009

Nutrientes e Pele: Efeitos da Isoflavona da Soja no envelhecimento

Existem dois tipos de processos que atuam na promoção do envelhecimento da pele de mulheres adultas, particularmente após a menopausa: um deles é intrínseco ou cronológico, e envolve a diminuição de estrógenos que ocorre com o avanço da idade, que contribuirá por sua vez, com o desenvolvimento de rugas e uma diminuição da elasticidade da pele.


A terapia de reposição hormonal age contra o envelhecimento da pele ao promover a retenção dos níveis de colágeno, elasticidade e espessura da pele normais, entretanto, o uso desta terapia determinaria o aumento do risco de desenvolver câncer de mama e doenças cardiovasculares e por isso sua utilização no contexto cosmético permanece em discussão até o presente momento.


O segundo processo é extrínseco ou actínico: ocorre quando radicais livres são gerados pela irradiação dos raios UV ou outros meios, o que pode danificar as células epidérmicas levando ao envelhecimento da pele. O consumo adequado de antioxidantes pode retardar este processo. Há estudos que demonstram efeito de vitaminas C e E, além de carotenóides (pró-vitamina A) e ácidos graxos poliinsaturados (ômega-3 e ômega-6) na inibição do envelhecimento extrínseco da pele em humanos.


Sabe-se que a isoflavona da soja exerce no organismo feminino um efeito similar ao do estrogênio e, além disso, também possui um potente efeito antioxidante. Justamente porque age nos dois principais mecanismos de envelhecimento da pele, a isoflavona pode ser um componente eficaz na melhora do aspecto da mesma.


Um estudo que avaliou os efeitos da ingestão oral de 40mg diárias de isoflavonas por um período de 12 semanas, na atenuação de rugas faciais em mulheres adultas, constatou que houve diminuição significativa nas rugas finas faciais e um aumento significativo da elasticidade da pele no grupo que recebeu o suplemento de isoflavonas em comparação com aquele que recebeu o placebo.


A quantidade de isoflavonas encontradas nas fontes alimentares pode ser muito variável, sendo afetada pela forma de cultivo, armazenamento e industrialização. Os alimentos que representam as fontes mais ricas de isoflavonas são: a semente da soja tostada ou fervida, o tempeh (bolo de soja fermentado) cozido e o tofu (queijo de soja). Por ser um elemento nutricional ainda em estudos, é necessário que o uso de suplementação com isoflavonas seja recomendado e acompanhado por um profissional da saúde capacitado para tal.


Os produtos da soja, ricos em isoflavonas, possuem ainda, um consumo muito baixo no mundo ocidental. Para chegar a uma alimentação mais rica precisamos integrar novos hábitos alimentares ao nosso cotidiano, hábitos estes, que muitas vezes estão distantes dos nossos costumes. Procure um nutricionista para entender mais sobre os benefícios da isoflavona da soja e de que forma podemos agregá-la ao nosso dia a dia.


Rosana Klaesener

Nutricionista CRN2 7174
Graduada pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)
Residência Multiprofissional em Saúde com ênfase em Saúde do Idoso pela PUC-RS
Pós-graduanda em Nutrição Clínica e Estética pelo IPGS
Atua como nutricionista em clínica multiprofissional localizada em Porto Alegre - RS

Envelhecimento da Pele

O conceito de beleza atualmente em vigor e procurado pela grande maioria das pessoas é o da pele jovem, sem manchas ou rugas. Entretanto, com o avanço da idade, a pele começa a sofrer alterações que modificarão seu aspecto gradativamente caracterizando o envelhecimento cutâneo.

Na pele, temos dois tipos de envelhecimento: o intrínseco e o extrínseco. O envelhecimento intrínseco ocorre com o passar dos anos, também chamado de envelhecimento cronológico. O extrínseco decorre de fatores ambientais interagindo com a pele. O que deixa sinais mais marcantes na pele é o extrínseco. Um dos fatores mais importantes no envelhecimento extrínseco é a exposição solar e ao tabagismo. A exposição solar tem efeito cumulativo, podendo o câncer de pele surgir muitos anos mais tarde. Estudos recentes revelam que a proteção na infância e adolescência reduz significativamente os riscos de câncer de pele.

Enquanto somos jovens, a pele possui mecanismos que corrigem o dano solar, não permitindo o surgimento das alterações causadas pelo sol. No entanto, o efeito se acumula e mais tarde os mecanismos de defesa não conseguem mais reverter o mal causado à pele. É quando começam a aparecer os sinais do envelhecimento. É fácil perceber a ação do sol no envelhecimento cutâneo comparando-se a pele da face, do colo ou do dorso dos braços, que recebem maior exposição solar, com a pele da axila, que fica escondida do sol.

Além de causar o envelhecimento cutâneo, as queimaduras solares repetidas e freqüentes deixam a pele mais predisposta ao surgimento do câncer, especialmente em indivíduos de pele clara. A radiação ultravioleta do sol, além de alterar o código genético das células, inibe mecanismos de defesa que nos protegem contra o câncer da pele. Algumas das características do envelhecimento cutâneo, como as "casquinhas" e "asperezas" que aparecem com a idade, são lesões que podem vir a se transformar futuramente em um câncer da pele e devem ser tratadas.

COMO RETARDAR O ENVELHECIMENTO DA PELE

O maior responsável pelo envelhecimento da pele é o Sol. Os seus raios UV alteram as o DNA das células da pele acelerando e acentuando o processo. Portanto é extremamente necessário manter a pele protegida desses raios nocivos fazendo uso de filtros e bloqueadores solares com fator de proteção solar (FPS) 15 no mínimo. Não devemos esquecer que mesmo em dias nublados é necessário aplicar os bloqueadores, pois embora o Sol esteja encoberto, os raios solares continuam sendo emitidos. Outro fator importante é proteger toda a pele que estiver possivelmente exposta ao sol como braços, mãos, pescoço, colo, ombros, pernas e pés.

O tabagismo provoca também alterações da pele. Apesar dos mecanismos não serem totalmente explicáveis, os estudos relatam que a nicotina é responsável por vasoconstrição, que gera uma diminuição do fluxo sanguíneo, cujo mecanismo ainda é desconhecido, gerando assim lesões das fibras elásticas cutâneas, diminuição da síntese do colágeno da pele e formação de telangiectasias.

As características do envelhecimento facial causadas pelo tabagismo são bastante intensas e determinadas por alterações das fibras do colágeno da derme profunda, razão por que as rugas são bem demarcadas.


Sabe-se também que uma correlação entre o aumento de radicais livres e envelhecimento estão associados com o baixo consumo de algumas vitaminas e minerais antioxidantes como: A, E, C, betacaroteno, flavonóides e de oligoelementos como cobre, selênio e zinco. Veja:


  • A vitamina A age diretamente na síntese de novos tecidos, auxiliando no tratamento de abscessos, furúnculos, acne e queda de cabelo, assim como o Betacaroteno que exerce efeitos semelhantes ao da Vitamina A.

  • A vitamina E, com seu efeito protetor, consegue proteger contra os raios ultravioletas, preservando a estrutura do colágeno e dos fibroblastos.

  • A vitamina C, como um potente antioxidante, protege a membrana celular e potencializa a ação da vitamina C, ajuda diretamente na cicatrização de feridas, cortes, produção de colágenos, entre outros fatores associados a essa vitamina.

  • O zinco, potencializa a ação das enzimas que combatem os radicais livres, estimulando assim, o sistema imunológico e favorecendo a renovação celular, assim como o selênio, que atua diretamente na prevenção da flacidez tecidual e o envelhecimento da pele causado pelo sol.

  • Os Flavonóides acionam os mais ativos e capazes de seqüestrar os radicais livres, como a quercetina, luteolina e o acido elágico.

É importante ressaltar que a simples reposição dessas substancia não terá o efeito desejado se não forem associados a orientações sobre uma alimentação balanceada, horas adequada de sono, exercícios físicos moderados e em um cenário o menos agressivo possível. Além disso, todos os antioxidantes devem ser consumidos de acordo com sua ingestão diária recomendada, pois alguns consumidos em excesso podem inclusive produzir radicais livres.



Fabiele Spanhol

Nutricionista
Pós Graduanda em Nutrição Clínica e Estética

Como combater estrias!

A estria é considerada uma lesão irreversível. Uma atrofia da pele, adquirida devido à redução no número e volume dos elementos da pele, rompimento de fibras elásticas, pele delgada e redução da espessura na segunda camada da pele, chamada derme, com fibras colágenas separadas entre si. Estas rupturas formam lesões paralelas, podendo afetar pessoas de ambos os sexos, porém, a freqüência é maior no sexo feminino.


A princípio, as estrias têm tom avermelhado, devido à inflamação e ao fluxo sanguíneo. Com o passar do tempo, após a cicatrização, ficam esbranquiçadas e atrofiam.

Fatores Associados

Hereditariedade
Alterações hormonais
Gravidez
Alterações de peso
Uso de corticóides
Malhação pesada
Alimentação pobre em fibras

Tipos de Estrias

• Rosadas: são as estrias que se formaram mais recentemente, apresentando essa coloração devido ao rompimento dos vasos sanguíneos da região. Nessa fase, os tratamentos costumam fornecer resultados mais
satisfatórios.
• Brancas: são as estrias antigas, nas quais já ocorreu a formação da fibrose (ou cicatriz). Os tratamentos apenas conseguem promover seu estreitamento ou atenuação


Prevenção

O principal é manter o corpo bem hidratado, bebendo bastante água e usando um creme hidratante à base de água, ricos em emolientes à base de colágeno, elastina, lipossomas, alfa-hidróxiácidos, uréia, lactato de amônia e óleos vegetais. A melhor lubrificação melhora a resistência da pele contra a ruptura das fibras.

• Usar sempre protetor solar.
• Evitar oscilações muito grandes no peso.
• Evitar o uso de roupas apertadas e o tabagismo.
• Praticar atividades físicas regularmente, mas com moderação.
• Utilizar sutiãs adequados: ajudam a sustentar o peso dos seios.
• A alimentação deve ser rica em vitamina C, pois ela é responsável pela síntese de fibras colágenas da pele.
• Alimentação rica em proteínas (melhora a síntese do colágeno);
• Alimentação rica em cálcio (sua falta enfraquece o tecido); aumento de líquidos no corpo (tecido desidratado);
• Hábitos alimentares saudáveis evitam o efeito sanfona, e, portanto, as estrias.

É importante frisar que as estrias não desaparecem totalmente, mas aliada com um profissional Nutricionista qualificado e algum tratamento, quando se faz necessário, podem ter uma grande melhora em sua aparência. Além disso, destaca-se que a poucas evidências científicas relacionando estrias e alimentação, ou seja, a conduta dietética deve ser baseada em suposições fisiológicas.

“Se eu soubesse que viveria tanto tempo
teria cuidado melhor de mim”.
Eubie Blake


Fabiana Bertei Panziera
CRN 8583
Nutricionista graduada pela PUCRS
Pós-graduanda em Nutrição Clínica e Estética pelo IPGS